Harry Potter e o Cálice de Fogo
Assustador, emocionante, instigante... impressionante. São para mim as quatro palavras fundamentais que definem Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Globet of Fire, Estados Unidos/Inglaterra, 2005). Não posso fazer uma crítica sincera e definitiva desse filme por um único motivo: não vi os anteriores, dirigidos por Chis Columbus e Alfonso Cuarón. Portanto, embora tenha alguma noção da história, não compreendo elementos básicos do universo do feiticeiro mais pop do momento. Não sei o que se passa com a sua cicatriz, não faço idéia do que aconteceu com Sirius Black no longa anterior e não entendo a real importância de muitos dos personagens. Nem vou discutir se a quarta aventura de Harry é fiel ao texto de J. K. Rowling, por dois motivos. Primeiro: também não li nenhum dos livros. Segundo: toda essa discussão de "captar o espírito da obra" costuma me soar um tanto quanto redundante, e, além do mais, não sou eu quem vai dizer qual é o espírito do que Rowling escreveu. De qualquer forma, não poderia deixar de redigir ao menos algumas linhas sobre Harry Potter e o Cálice de Fogo, ainda que sob tais condições. Prometo fazer uma crítica decente depois de assistir aos outros filmes e aumentar meus conhecimentos sobre toda a magia que cerca Hogwarts.
Nessa seqüência, Harry é desafiado a conquistar a glória eterna no Torneio do Tribuxo, enquanto o temido - e temível - Lorde Voldemort (um quase irreconhecível Ralph Fiennes) tenta recuperar sua forma humana. À parte de tudo isso, ele vai descobrir que não é fácil lidar com garotas e que ser um bruxinho especial não o livra dos iminentes transtornos da adolescência. Mike Newell (do simpatico Quatro Casamentos e Um Fuberal e do insípido O Sorriso de MonaLisa) fez um ótimo trabalho na direção da nova saga. O setor de arte foi tão competente na caracterização desse mundo mágico que dá vontade de penetrar nele. O trabalho técnico impecável, os efeitos especiais tão bem feitos, o texto divertido, com linguagem accessível e as participações especiais de veteranos dando um charme a mais ao elenco tornam irresistível essa materialização do universo de Harry, familiar a todos aqueles que já precisaram sair da infância e crescer.
A quarta aventura do bruxinho nas telonas é agitada, sombria e pouco ingênua. Mais capaz de assombrar as criancinhas do que de simplesmente divertí-las. E quem disse que cinema infanto-juvenil deve ser raso e inocente? O filme é, na verdade, uma boa pedida para qualquer um que aprecie produtos bem acabados. Essas duas horas e meia de projeção conseguiram, enfim, vencer minha longa resistência e o jovem feiticeiro que se tornou mania mundial tem agora uma nova fã. De todas as grandes produções desse ano confuso, Harry Potter e o Cálice de Fogo foi a que mais me impressionou. Então, que venham agora Peter Jackson com seu King Kong e Adrew Adamson com As Crônicas de Nárnia!