sábado, novembro 26, 2005

A conspiração das HQs

Em um dos meus não raros momentos de insônia e divagação madrugada a dentro formulei uma teoria de grande relevância - e nem por isso dotada de algum sentido - sobre a vida, o universo e tudo mais. Está bem, talvez a minha teoria da conspiração não seja tão relevante assim. Mas, se você tem um mínimo de interesse que seja pelo cinema e pelas engrenagens da sua indústria, meus devaneios são, no mínimo, pertinentes.
Tudo começou com a seguinte reflexão: neste ano de 2005 tivemos a volta do Batman em grande estilo; o retorno do Superman pretende dominar 2006 e a terceira aventura do Homem Aranha promete em 2007. Então, como diz o tema do primeiro Spiderman, interpretado pelo Nickleback, "and they say that a hero can save us"... o melhor, no caso, seria "stand here and wait", porque há um grande herói dos quadrinhos para salvar os aficcionados em adaptações de HQs a cada ano, em produções tão grandes quanto os poderes desses ícones!
Mas é claro que tal situação não se deve a um caso do acaso. As produtoras e distribuidoras não seriam estúpidas a ponto de colocarem seus cofrinhos de dinheiro se degladiando nas bilheterias. A melhor estratégia é reservar para cada herói seu momento de glória. Embora nem sempre seja possível evitar um embate entre os astros da Marvel (que voltaram a ativa há algum tempo) e os da D.C. Comics (que andavam mais escondidos)... 2006 é também o ano em que os X-MEN chegam aos cinemas com a terceira sequência de sua franquia e o maior desafio dos mutantes será enfrentar o poder de seu criador. Não, não me refiro ao Prof. Xavier, mas a Brian Singer, o diretor dos dois primeiros filmes da série que, após receber uma proposta mais atraente da Sonny, abandonou a Fox, suas criaturas e a direção do projeto que estava sendo desenvolvido para ser visto nas telas em 2005, indo conduzir a reaparição de um herói que estava bem sumido: Superman.
Acredito que os mutantes mais queridos dos quadrinhos tenham se prejudicado bastante com a desistência de Singer. Não só com a onda de incertezas que se seguiu em relação ao roteiro e a direção da nova aventura - cujo desfecho não agradou muito - mas, principalmente, pela perda da marca do diretor, que foi capaz de realizar trabalhos tão bons à frente dos X-MEN. O teaser de Superman Retuns já foi lançado e parece ter agradado o público. No confronto entre as duas produções, algo me diz que Singer vai dar a vitória à Sonny e à D.C. Comics. O que é uma pena, pois confesso que Wolverine e companhia sempre foram os meus preferidos. Mas, como isso tudo são apenas especulações, quem sabe os dois longas não conseguem cair nas graças da crítica e do público e dividir os holofotes? Prejuízo nas bilheterias eu duvido muito que algum deles vá ter.
As adaptações de quadrinhos voltaram com tudo. Ganham cada vez mais força e se consolidam como um gênero cinematográfico - que têm-se mostrado bastante rentável. De Demolidor a Sin City, de O Justiceiro a Os trezentos de Esparta, não importa a premissa - e muitas vezes nem a qualidade do filme - os temas de HQs têm público para serem vistos nas telonas. E uma série de projetos nesse sentido está saindo das gavetas para se materializar no cinema. Mas ainda acredito que há UM grande herói para cada ano. Pelo menos no que se refere aos mais tradicionais. O futuro vai provar se minha teoria conspiratória desconexa tem fundamentos ou não. De qualquer forma, fica uma pergunta de cunho mais filosófico: por que será que nós, pobres mortais indefesos, precisamos tanto de heróis?

9 Comentários:

Às 3:12 PM , Anonymous Anônimo disse...

Minha cara isabela, precisamos de heróis porque vivemos em uma sociedade desumana em uma democracia arruinada, onde tudo caminha para o caos. As pessoas estão abolindo as religiões ou reforçando-as, o mundo nos aprisiona e somos escravos do capitalismo. Estamos loucos, insanos e a válvula de escape para a nossa mente, é o remédio para a nossa loucura. OS HERÓIS(ou a religião, mas n importa, eu quero falar de heróis)São os que dão esperanças as pessoas q não aguentam mais ver crianças com fome na África, desempregados, guerras, ou mesmo o bulling ou o fracasso pessoal(vide Homem-aranha o nerd que no fim come a gostosa). O cinema é essa fábrica de sonhos e esperança, mas os heróis são os instrumentos.
O cinema e os herois(ta ficando repetitivo), como eu ja falei nos mantém alienados(ou não!), entorpcidos, pelo menos enquanto estamos assistindo. Eles cobrem nossa loucura social, mas não curam, é como AIDS, se vc tem(ou vive na sociedade), não há como curar, você no máximo disfarça.
Poém se tivermos uma visão mais ampla, talvez tenhamos cura. A loucura médica, talvez essa seja a cura, ou talvez amnésia.Quem sabe?

por favor comente isso!!!

 
Às 3:13 PM , Anonymous Anônimo disse...

Respondi sua pergunta?

 
Às 3:33 PM , Blogger Isabella Goulart disse...

Hum... caríssimo J. C. Oliver... acho que essa pergunta não tem uma resposta apenas. É uma questão complexa e concordo com tudo o que vc disse. Pra mim, Homem Aranha é o exemplo perfeito de toda essa questão. No segundo filme, qdo o Peter resolver deixar de ser o Aranha, a Tia May diz que os heróis nos dão força e honra, que nos fazem aguentar um pouco mais. Acho que é mais ou menos por aí... Depositamos nessas figuras míticas e místicas as nossas esperanças, nos sentimos amparados por elas. Os heróis representam a cura para as nossas fraquezas. Sim, acho que nos vemos mesmo como pobres mortais indefesos que precisam de figuras sobre-humanas para não enlouquecermos com os medos, as incertezas, os fracassos... Entorpecentes ou não, não conseguimos viver sem heróis que nos sustetem, sejam eles Deus ou homens super-poderosos em trajes cool!

 
Às 4:18 PM , Anonymous Anônimo disse...

hum... estranho... mto estranho... as coisas ficaram meio perdidas na minha cabeca e ainda estou tentando pegar os pedacinhos que ficaram soltos... bom, comecemos do principio: hj, dia 8/12 as 17:10 eu entro no pc, e vejo q vc me deixou um scrap no orkut. vc diz q comentou o q eu havia escrito no blog. a primeira coisa q me veio foi: "ela estah falando sobre manderlay". bom, entro no seu blog. antes porem de entrar na parte de manderlay resolvo entrar na "conspiracao das hqs" devido a esse ser um tema do qual mto me interessa, vc sabe! leio o q vc escreveu e gosto mto! dps vem o comentario de um certo 'joao' q tb adoro! me identifico mto com o q ele escreveu! porem... q eu lembre... ele nao sou eu! aquele joao nao eh jc oliver! nao fui que escreveu aquilo! embora concorde com o que foi escrito, nao fui eu o autor... a nao ser que... bom, talvez eu estivesse num desse meus nao raros momentos de insonia e divagacao madrugada... um momento q nao me lembro... quem sabe eu nao estava sendo conduzido pelo sandman, o senhor dos sonhos?? bom, tudo eh possivel... mas saiba q eu nao lembro de ter escrito aquilo!!
beijos
joão (pra q nao fique duvidas, jc oliver)

 
Às 4:58 PM , Blogger Isabella Goulart disse...

Hum... compreendo J. C. Oliver... Ou melhor, não compreendo... Hehehe... Bem que eu tinha achado esquisito você assinar "João" e não "J.C. Oliver"... Então vc assinou de forma estranha pq, na verdade, não foi vc quem assinou! Como a vida é polêmica, né? Bom, se não foi vc... só pode ter sido o outro João! Mas não imagino o João Pedro escrevendo algo assim. Ou eu errei de novo e esse João é mais miterioso do que eu imaginava? Ou eu sou mais lerda e tapada do que suspeitava? São tantas questões... Mas eu tenho minhas suspeitas...

 
Às 4:37 PM , Anonymous Anônimo disse...

Vocês são muito enrolados, e eu tb , não tomei cuidado suficiente e criei uma ambigüidade, me desculpem. A partir de agora vou assinar como JUAN, que é como eu sou conhecido entre os meus companheiros de escola. Tá bom talvez eu seja meio misterioso, ou timido, n sei. Mas não escondi minha pesonalidade de propósito se o fiz, mas tb n acredito nisso. Sou eu mesmo, n uso máscaras.
Eu acabo me revelando(nada a ver como homossexualismo) mais enquanto escrevo do que enquanto falo. Aliás até porque quase não falo, mas escrevo pelos cotovelos. Gostaria de convidá-los algum dia a ler parte de minha obra, ou ela completa(o q n e tanto assim, alias quase nada)de cronicas, q um dia estarão reunidas em um livro, delinquente que influenciará uma geração, ou todas. Voltando ao homem-aranha, a may fala esse negocio mesmo de q os herois nos fazem aguentar um pouco mais e o caralho a 4, e eu acho muito válid o que ela disse, mas no filme, os super-heróis existiam de verdade, o que nao acontece no mundo real. Por isso nossa situação e lamentavelmente pior do q a do filme, porque la herois existiam, aqui não. Nos iludimos com algo que sabemos q não existe, assim como papai noel(é natal!)mas fingimos que existem mesmo assim para "aguentarmos" a loucura mundana.Gostaria de completar meu comentário com uma citação á minha própria pessoa, uma adaptação contemporânizada. se me permitem...

"O cinema é o ópio do povo"
Juan Marx

 
Às 11:41 AM , Blogger Isabella Goulart disse...

Hum... "O cinema é o ópio do povo"? Sim, eu até que concordo João-Juan. Na verdade, acho que é por isso mesmo que ele me atrai tanto! Pela sua capacidade de enotorpecer, de fascinar... de manipular, de incutir idéias às vezes imperceptíveis. Me excita a idéia de entender melhor o que ele quer dizer e que talvez, um dia, a sua linguagem seja pra mim tão clara e natural como a fala! E o que mais me encanta é conseguir enxergar as coisas boas que ainda saem dessa engrenagem, pq sim, o cinema é uma gde indústria. E me fascina tb pensar como ele se tornou isso que é hj! Enfim, o cinema pra mim costuma se confundir com a vida. Talvez seja ele o meu herói, o que me dá força. Pq sei lá... a vida sem heróis, sejam eles de verdade ou não, é mais real... e mais triste tb!

 
Às 2:48 AM , Anonymous Anônimo disse...

e só pq eu não tinha nada a dizer sobre hqs...



agora sim me sinto uma estupida de não enxergar o tamanho disso tudo.

aff, esse meu mundinho...

 
Às 9:21 AM , Blogger Isabella Goulart disse...

Silvoca querida... isso tudo ainda são apenas divagações de mentes em greve. Embora bem pertinentes e, por vezes, exaltadas!!

 

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