quinta-feira, abril 06, 2006

Espíritos [por Felipe Sembalista]

Existem certos gêneros dentro do cinema aonde o número de títulos lançados é tão grande que se tornam muito iguais, e um exemplo disso são os filmes de terror. Algumas boas surpresas à parte, a maioria gira em torno de um assassino em série que mata jovens adolescentes ou então um grupo de pessoas que se perde e deve lutar com algo (ou alguém) pela sobrevivência em um local inóspito. Uma certa originalidade foi servida ao público recentemente, com títulos como O Chamado e Visões, de roteiro ou produção oriental. E eis que surge Espíritos – A Morte Está Ao Seu Lado (Shutter. Tailândia, 2004) nos cinemas brasileiros. Dono da maior bilheteria do ano em seu país natal e com um trailer pra lá de macabro, me causou boas perspectivas.
O enredo gira em torno de dois jovens que, ao voltarem de carro para casa, acabam atropelando uma outra jovem e vão embora sem prestar socorro. A partir daí, ambos começam a notar sinais estranhos em fotografias, como vultos e supostas aparições de espíritos. O que era para ser um filme interessante pelo tema tratado, no entanto, se revelou uma decepção. Repetindo a fórmula de incontáveis filmes norte-americanos, o filme cai no erro de produzir apenas alguns bons sustos durante a projeção, e nada mais. Não é original nas situações e imagens, assim como não dá medo, como sugere o seu trailer.
As atuações dos desconhecidos Ananda Everingham (Thun) e Natthaweeranuch Thongmee (Jane) são apenas boas, e a presença de coadjuvantes é mínima. A montagem não segue um estilo norte-americano, mas isso não quer dizer que se trata de um elemento que ajuda o filme. Pelo contrário, em certos trechos há um certo desencontro de continuidade na história. A trilha sonora é discreta, e está presente apenas nas seqüências de maior movimentação na tela. Longos intervalos de silêncio causam um certo murmurinho no cinema, que tem como público predominante adolescentes e jovens.
O que era para ser um filme interessante, com um terror adulto e psicológico, acaba se tornando no final das contas nada mais do que um filme de terror com situações e imagens comuns. Em certos momentos, o tal “espírito” chega a ser até mesmo engraçado. A ressalva fica para o final do filme, que conta com um toque interessante e macabro de originalidade. E só.

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